Blasphemous – Profanação da Religião

Blasphemous é um novo fenômeno no mundo dos games, mas calma lá, que não sou eu apenas que acho isso. Existem diversos fatores para comprovar que Blasphemous é um excelente jogo e vamos abordar cada um deles aqui. Falarei sobre a lore do jogo, críticas recebidas, trilha sonora, composição, jogabilidade e suas referências, ou seja, tudo que nos é importante. Não obstante, no final desse texto, vou deixar uma sugestão que tenho certeza que você não conhecia, seja do meio Nerd, Geek ou jogador de RPG.

FAAAALA, NERD, GEEK, RPGISTA, beleeeza? Kastas da Tríade Geek e RPG aqui, uma vez mais, dessa vez trazendo um jogo para seu arsenal. Blasphemous me foi impactante por diversos motivos, em especial, porque ele traz uma crítica extremamente desrespeitosa a religião, transfigurando tudo aquilo que conhecemos. E digo mais, esse é o objetivo do jogo, e essa coragem é assustadora. Portanto, fica logo o aviso; Blasphemous é um jogo polêmico por trazer referências profanas ao catolicismo e a ideia do Deus Cristão, de alguma maneira. Por fim, pergunto, e a curiosidade para saber mais, como está?

Avaliações de Blasphemous, segundo a crítica

Apesar do sucesso, O Penitente tá sempre triste =/

O jogo foi desenvolvido pela The Game Kitchen, que está no mercado desde 2010, sendo considerada relativamente nova. Apesar de ser uma desenvolvedora pequena, é bem quista pelo mercado europeu pela sua criatividade, originalidade e pela boa equipe de artistas. Dentre as empresas independentes, The Game Kitchen figura como uma das mais bem avaliadas, tendo, além de Blasphemous, feito outro grande jogo chamado The Last Door, um jogo de terror em pixel art.

As avaliações de Blasphemous são surpreendentes, por isso, abaixo trago algumas delas:

  • No Metacritic, um site que compila avaliações de jogos de diferentes publicações, Blasphemous tem uma pontuação média de 82/100 para a versão de PC e 80/100 para a versão de console, com base em mais de 60 avaliações.
  • O site IGN avaliou o jogo com 9,0/10, elogiando sua atmosfera e estilo de arte únicos, bem como a mecânica de combate desafiadora e satisfatória. Eles disseram que “Blasphemous é um dos melhores jogos de plataforma de ação dos últimos anos, com um estilo visual e de áudio fascinante que fica com você muito depois de terminar a campanha”.
  • O site Eurogamer deu ao jogo uma avaliação positiva, dizendo que “Blasphemous é um triunfo em todos os sentidos, um jogo de ação e plataforma que está encharcado de sangue e crença em partes iguais, e que é tão sombrio quanto é lindo”.
  • O site GameSpot avaliou o jogo com 8/10, elogiando sua atmosfera sombria e sua jogabilidade desafiadora.

Importante ressaltar que Blasphemous faz parte do gênero Metroidvania, criado desde Metroid (SNES) e eternizado em Castlevania: Symphony of the Night (Playstation). Jogos Metroidvania costumam ter dificuldade elevada, sendo pensados para a rejogabilidade e repetitividade. Afinal, quanto mais você joga, mais habilidoso fica, mais descobre e mais quer jogar.

Apesar de tenebroso, Blasphemous é agradável

Contraditoriamente Blasphemous é feito para ser tenebroso e agradável, e digo isso por conta dos detalhes do jogo, extremamente apaixonantes. Blasphemous é rico em referências à cultura e arquitetura espanhola, especialmente a arquitetura religiosa. O jogo foi inspirado em uma série de elementos culturais e religiosos espanhóis, incluindo a arte sacra, a iconografia cristã e a arquitetura gótica.

Cvstodia e Andaluzia, lembra um tanto, né?

Como exemplo, apontaremos que a cidade fictícia do jogo, Cvstodia (leia Custódia mesmo), é fortemente inspirada na região da Andaluzia, no sul da Espanha, que é conhecida por sua arquitetura única, incluindo a famosa Alhambra em Granada e a Catedral de Sevilha. A arquitetura das áreas do jogo, como a Catedral do Punho Quebrado e o Palácio do Pecado, apresenta muitos elementos arquitetônicos tradicionais da Espanha, como arcos de ferradura, vitrais, pátios internos e ornamentos religiosos.

A música é outro momento contemplativo, sendo composta pelo músico espanhol Carlos Viola, a trilha sonora é uma mistura evocativa de elementos musicais tradicionais e modernos, incluindo música coral, instrumentos de cordas e percussão. É perceptível a intenção e a poesia da música, rica em temas religiosos e litúrgicos, algumas faixas apresentando coros e vozes em latim. A música se adapta ao ritmo do jogo, aumentando e diminuindo intensidade de acordo com a parte do jogo em que o personagem se encontra.

Jogo execrável, jogo amável

O Penitente Silencioso. Sim, isso é sangue… Jogo bizarro… s2

Você jogará com o Penitente Silencioso (existem outros penitentes no jogo, o seu fez um voto de silêncio), que está nas terras almadiçoadas de Cvstodia. O objetivo do Penitente é a busca da redenção pelos pecados, deles e do Milagre. Certamente o Milagre que você conhece não é o aplicável em Blasphemous, afinal, o Milagre foi aqui uma maldição terrível, que muitos insistem em ver como algo positivo, apesar da desgraça causada (percebe a crítica?). O Penitente fazia parte da Irmandade do Pesar Silencioso, mas agora é o último remancescente de sua Ordem.

Alguns dos termos singulares do jogo incluem a espada do Penitente, chamada de Mea Culpa. E veja, Mea Culpa não significa metade de uma culpa, mas sim o ato de pedir perdão, entende a profanação?! O personagem sai distribuindo o perdão por aí!

Muitos nomes criados para serem usados no jogo tem a intenção de provocar questionamentos sobre seus propósitos; Espada Mea Culpa para matar inimigos, Bálsamo da Dor que cura ferimentos, Frascos Biliares para aumentar sua barra de vida. Fora isso, há as localidades, como o Convento do Punitório, onde os Penitentes promovem o autoflagelo físico para redenção, Catedral da Agonia para realizar rezas e orações.

A cereja do bolo para jogadores de RPG

Se você é conhecedor profundo dos cenários brasileiros de RPG, talvez não te surpreenda aqui. Belregard é um jogo de RPG onde aventuras como Blasphemous podem acontecer, afinal a proposta do jogo é unir horror a um cenário medieval cru e brutal. Mas é claro, se procurar bem, vai encontrar outras possibilidades para continuar jogando Blasphemous.

Conclusão

Caro amigo, NERD, GEEK, RPGISTA, o objetivo aqui é apresentar esse belíssimo jogo para você! Por isso, se ainda não jogou, dê o benefício da dúvida ou, se for apaixonado por lore, como eu, assista um bom gameplay. Considere ver meu outro texto aqui na Caravana clicando no link. Se curtiu meu trabalho, me apoie nas outras redes. Acompanhe também o podcast e outros textos da Caravana clicando aqui. E, antes de ir embora, comenta aqui embaixo: O que achou da proposta Blasphemous, execrável ou amável?

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